APLICABILIDADE DA TEORIA CONTINGENCIAL EM REDES DE SUPERMERCADOS
Joel De Bortoli - www.joeldebortoli.com
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A competitividade e complexidade do mundo dos
negócios estão crescendo significadamente no cenário mundial, exigindo dos
administradores uma atenção redobrada quanto à obtenção de informação no
ambiente externo da empresa. Como por exemplo, podemos citar, as inovações
tecnológicas, tendências de mercado, preferências e exigências do consumidor, entre
outras.
Também o ambiente externo está tornando-se mais
dinâmico, onde com a tecnologia tudo é realizado de forma rápida. As Decisões
são tomadas instantaneamente ser utilizar muito tempo para serem analisadas.
Neste artigo foi efetuado estudos para identificar
o melhor caminho a ser seguido, analisando a importância do método de obter a
informação no processo decisório e com base na Teoria Contingencial, as formas
e os meios que as organizações utilizam para obter informações do meio externo.
Para obter uma visão mais nítida da realidade, também
foi efetuada uma pesquisa analisando as variáveis, tecnologia e ambiente, que
são de extrema importância para sobrevivência da organização.
Palavras-Chaves:
Tecnológica, Teoria Contingencial.
Introdução
A Teoria da contingência ou Teoria
contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou
na teoria administrativa. Tudo depende. A abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as condições
do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos
objetivos da organização.
Variáveis chaves como a
análise de ambiente e tecnologia são de extrema importância para a
sobrevivência de uma organização.
Com base dessa premissa
estudou-se por meio da Teoria
Contingencial a busca por informações e a adaptabilidade de empresas
supermercadistas.
Referencial Teórico
Teoria da
contingência
A Teoria Contingencial nasceu da necessidade de uma visão mais
complexa das organizações, já que as outras teorias tinham uma visão limitada,
e as condições eram ditadas diretamente do interior das organizações. Com base
nessa necessidade, foram realizadas pesquisas que visam compreender e explicar
o modo como as empresas se comportavam em diferentes situações, que variam de
acordo com o ambiente ou contexto que a empresa escolheu como domínio de
operação.
É o estudo que analisa as
relações interdependentes entre o ambiente interno e externo da empresa, a fim
de ajustar a organização de acordo com uma situação específica.
Segundo Chiavenato (1976),
“a Teoria Contingencial nasceu a
partir de uma série de pesquisas feitas para verificar quais os modelos de
estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas. Os
pesquisadores cada qual individualmente procuraram se as organizações eficazes
de determinados tipos de empresas seguiam os pressupostos da Teoria
Clássica, como a divisão
do trabalho, a amplitude de controle, a hierarquia de autoridade, etc. os
resultados surpreendentemente conduziram a uma nova concepção de organização: a
estrutura de uma organização e o seu funcionamento, são dependentes da
interface com o ambiente externo.”
Segundo Chiavenato (1976),
“a Teoria Contingencial sugere que uma organização é um sistema composto de
subsistemas e delineado por limites identificáveis em relação ao seu
suprassistema ambiental.”
Para Thompsom apud Bateman
e Snell (1998), “a perspectiva contingencial refuta os princípios universais da
administração pela afirmação de que uma variedade de fatores, tanto interna
quanto externa à empresa pode afetar o desempenho da organização”.
Como afirma Stoner (1991),
“a abordagem contingencial é a concepção de que a técnica de administração que
melhor contribui para o alcance dos objetivos organizacionais pode variar em
situações ou circunstâncias diferentes”.
Pesquisa
de Chandler
Em
1962, Alfred Chandler Jr. realizou uma investigação abordando a estratégia de
negócios. Estudou quatro grandes empresas americanas e observou que as
estruturas destas empresas foram adaptadas e ajustadas às suas estratégias
durante um processo histórico envolvendo quatro fases distintas:
Acumulação
de Recursos: As empresas tiveram que ampliar suas instalações de produção e
organizar uma rede de distribuição, passando a deter o mercado de
matérias-primas através da compra de empresas fornecedoras.
Racionalização
do Uso de Recursos: As novas empresas integradas tornaram-se grandes e passaram
a ter necessidade de serem organizadas.
Continuação
do Crescimento: O mercado saturou-se, diminuindo a oportunidade de se reduzir
os custos. Com isso as empresas partiram para a diversificação.
Racionalização
do uso de recursos em expansão: Entende-se que diferentes ambientes levam as
organizações a adotar novas estratégias e estas, exigem diferentes estruturas
organizacionais.
Pesquisa de Burns e
Stalker sobre organizações
Em 1961, dois sociólogos
industriais,Tom Burns e G. M Stalker, buscando compreender a relação existente
entre a prática administrativa e o
ambiente externo, pesquisaram vinte empresas
inglesas classificando-as em organizações mecanistas e organizações orgânicas.
Nas organizações
mecanistas, a administração é baseada na hierarquia, com estrutura burocrática,
baseada na divisão de trabalho; é um sistema vertical onde as operações, o
sistema de trabalho e as informações seguem uma relação superior-subordinado;
os cargos são definidos, estáveis sendo ocupados por especialistas com
atribuições bem definidas e com sistema rígidos de controle. Um modelo mais
adequado para empresas e organizações com condições ambientais estáveis e bem
estruturadas.
Já nas organizações com
sistema orgânico são mais adequadas e adaptadas a condições instáveis, com uma
estrutura organizacional flexível, com descentralização do poder, confiança na
comunicação informal. Nesse tipo de organização os indivíduos interagem em suas
funções e valoriza-se a criatividade e a inovação.
Pesquisa
de Lawrence e Lorsch sobre o Ambiente
Em 1972, Lawrence e
Lorsch, pesquisaram sobre as características que as organizações deveriam
possuir para enfrentar com eficácia as mudanças nas condições externas, nos
constantes avanços tecnológicos e nas mudanças de mercado.
Foram escolhidas as
indústrias de plásticos, alimentos empacotados e de recipientes de alto e baixo
desempenho, ambientes industriais de diferentes graus, desde ambientes de
rápida mudança tecnológica até ambientes estáveis que exigem pequena diferença
de organização.
Essas pesquisas revelaram
que as organizações precisam ser ajustadas ao sistema das condições ambientais.
Os aspectos universais devem ser substituídos pelas normas de acordo entre
organização ambiente e tecnologia, ou seja, as características de uma
organização não dependem dela própria, mas de circunstâncias ambientais e da
tecnologia que ela utiliza. Desta maneira, tem-se a teoria da contingência a
qual apresenta as características da organização que são variáveis dependentes
e contingentes em relação ao ambiente e à tecnologia.
Pesquisa
de Joan Woodwaard sobre a tecnologia
Para analisar se os
princípios administrativos decorrentes das teorias administrativas conseguiam
atingir êxito nos negócios quando colocados em prática, Joan Woodward, uma
socióloga industrial inglesa, pesquisou inúmeras empresas com negócios e
tamanho variado, classificando-as em três tipos de tecnologias de produção:
Produção unitária ou
oficina, onde existe habilidade manual ou operações de ferramentas, artesanato,
gerando produção em unidades, incertezas quanto às operações. Dessa forma,
caracterizam-se com baixa previsibilidade dos resultados, poucos níveis
hierárquicos, poça padronização e automação.
Produção em massa, onde
são máquinas agrupadas em seções, com mão de obra intensiva e barata, utilizada
com regularidade. Gerando produção em lotes, com quantidade regular em cada
lote, existe uma previsibilidade, quanto resultados e seqüência de operações.
Caracteriza-se média previsibilidade de resultados, médios níveis hierárquicos,
e média padronização e automação.
Produção contínua, onde
existe um processamento contínuo por meio de máquinas especializadas,
padronizadas, com tecnologia intensiva e exigência de pessoal especializado.
Gerando uma produção contínua em grande quantidade, certeza absoluta quanto à
seqüência das operações e a previsibilidade dos resultados. Caracteriza-se com
alta previsibilidade de resultados, altos níveis hierárquicos, e muita
padronização e automação.
Ambiente
Ambiente é tudo o que acontece externamente,
mas influenciando internamente uma organização, ou seja, é a situação dentro da
qual uma organização está inserida. A Análise da relação existente entre as
organizações e o ambiente foi iniciada pelos estruturalistas, como a análise
tinha abordagem de sistemas abertos aumentou o estudo do meio ambiente como
base para verificar a eficácia das organizações, porém, mesmo com uma maior
ênfase nos estudos e na análise ambiental não foi possível encontrar uma
adequada sistematização capaz de fornecer um entendimento total, pois pouco se
sabe a respeito do ambiente do meio ambiente.
O ambiente se estrutura de
maneira vasta e complexa dificultando a absorção, a compreensão e o
conhecimento de sua complexidade e totalidade por parte das organizações. O
ambiente possui variáveis complexas onde cada organização precisa explorar e
reduzir as incertezas e minimizar os efeitos de sua influência. É difícil
manter a objetividade em relação ao ambiente, pois cada organização interpreta
as variáveis de maneira diferente e também essas variáveis nem sempre se
mostram ao mesmo tempo e ainda estão em constantes mudanças e adaptações.
Ambiente
Geral
O ambiente geral é o
genérico e comum que afeta direta ou indiretamente toda e qualquer organização,
é constituído de um conjunto de condições semelhantes, são elas tecnológicas,
legais, políticas, econômicas, demográficas, ecológicas ou culturais. Segundo
Chiavenato, essas influências são mais visíveis nas:
Condições Tecnológicas,
quando ocorre um avanço no desenvolvimento tecnológico nas outras organizações,
e é preciso se adaptar e incorporar tecnologia
para não perder a competitividade.
Nas condições legais,
constituem a legislação vigente e que afeta direta ou indiretamente as
organizações, auxiliando-as ou impondo-lhes restrições às suas operações. São
leis de caráter comercial, trabalhista, fiscal, civil etc. que constituem elementos
normativos para a vida das organizações.
Nas condições políticas,
que são decisões e definições políticas tomadas em nível federal, estadual e
municipal que influenciam as organizações e que orientam as próprias condições
econômicas.
Nas condições econômicas,
que constituem a conjuntura que determina o desenvolvimento econômico que
condicionam fortemente as organizações. A inflação, a balança de pagamentos do
país, a distribuição de renda interna e outros constituem problemas econômicos
que não passam despercebidos pelas organizações.
Nas condições demográficas,
que apresentam taxa de crescimento, na população, na raça, na religião, na
distribuição geográfica, distribuição por sexo e idade são aspectos
demográficos que determinam as características do mercado atual e futuro das
organizações.
Nas condições ecológicas,
que são as condições relacionadas com o quadro demográfico que envolve a
organização. O ecossistema refere-se ao sistema de intercâmbio entre os seres
vivos e seu meio ambiente. No caso das organizações, existe a chamada ecologia
social, ou seja, as organizações influenciam e são influenciadas por aspectos
como poluição, clima, transportes e comunicações.
Nas condições culturais,
onde a própria cultura de um povo penetra nas organizações através das
expectativas de seus participantes e de seus consumidores.
Todas essas condições são
fenômenos ambientais que formam um campo dinâmico de forças que interagem entre
si tendo um efeito sistêmico. Esse ambiente geral é genérico e comum para todas
as organizações, cada uma delas tem o seu ambiente particular: ambiente de
tarefas.
Ambiente
de Tarefa
É o ambiente mais próximo
e imediato de cada organização, onde ocorrem todas as operações especificas de
cada organização, sendo definidas, também por Chiavenato, como:
Fornecedores de entrada
são todos aqueles que fornecem todos os tipos de recursos de que uma
organização precisa para trabalharem desde recursos materiais e recursos
financeiros até de recursos humanos.
Clientes ou usuários são
consumidores da saída da organização.
Concorrentes, pois todas
as organizações não estão sozinhas, existe disputa com outras organizações
pelos mesmos recursos de entradas e consumidores.
Entidades reguladoras,
onde cada organização está sujeita à outras organizações, que procuram regular
e fiscalizar as suas atividades. É o caso dos sindicatos, associações de
classe, órgãos reguladores do governo, órgãos protetores do consumidor, etc.
Tipologia
de ambientes
A análise ambiental
específica de cada organização necessita ser definida com as características
próprias de cada empresa e a parte do ambiente que estas estão expostas. Para
facilitar, classificou-se o ambiente segundo algumas tipologias como, por
exemplo:
Tipologia quanto à
estrutura podendo ser ambientes homogêneos quando existe pouca diferenciação
dos mercados e a maioria dos fornecedores, clientes e concorrentes são
semelhantes. E ambientes heterogêneos, que ao contrário dos ambientes
homogêneos, quando existe uma grande diversidade de mercados, fornecedores,
clientes, e concorrentes.
Tipologia quanto a sua
dinâmica podendo ser um ambiente estável, onde existe pouca mudança, e quando
ocorrem são de maneira lenta e previsível. E, ambientes instáveis, onde existem
muitas incertezas, com mudanças constantes.
Nesses aspectos, uma
organização que está situada em ambientes mais homogêneos, exige uma estrutura
organizacional mais simples e centralizada no espaço, enquanto que, uma
organização que está situada em ambientes mais heterogêneos, existe a necessidade
de uma estrutura organizacional mais complexa, diferenciada e descentralizada
no espaço.
Tecnologia
Sob um ponto de vista
administrativo, consideraremos a tecnologia como algo que se desenvolve
predominantemente nas organizações, em geral, e nas empresas, em particular,
através de conhecimentos acumulados e desenvolvidos sobre o significado e
execução de tarefas - know-how - e pelas suas manifestações físicas decorrentes
- máquinas, equipamentos, instalações - constituindo um enorme complexo de técnicas
usadas na transformação dos insumos recebidos pela empresa em resultados, isto
é, em produtos e serviços.
A tecnologia pode estar ou
não incorporada a bens físicos. A tecnologia incorporada está contida em bens
de capital, matérias-primas intermediárias e componentes etc. (hardware). A
tecnologia não incorporada encontra-se nas pessoas - como técnicos, peritos,
especialistas, engenheiros, pesquisadores - sob formas de conhecimentos
intelectuais ou operacionais, facilidade mental ou manual para executar as
operações, ou em documentos que a registram e visam assegurar sua conservação e
transmissão - como mapas, plantas, (software).
Em suma, tecnologia é o conhecimento que pode ser utilizado para transformar elementos materiais em bens ou serviços, modificando sua natureza ou suas características.
A tecnologia tem a
propriedade de determinar a natureza da estrutura e do comportamento
organizacional. Existe um forte impacto da tecnologia sobre a vida, natureza e
funcionamento das organizações.
Tipologia de Thompson
Do
ponto de vista administrativo, a tecnologia devido a sua complexidade pode ser
analisada sob vários ângulos e perspectivas. A Tipologia de Thompson é um
exemplo. Thompson propõe uma tipologia que identifica três tipos de tecnologia,
conforme o seu arranjo dentro da organização: tecnologia de elos em seqüência;
tecnologia mediadora e tecnologia intensiva.
Tecnologia
de elos em seqüência - Essa tecnologia está baseada na interdependência serial
das tarefas necessárias para completar um produto. Os atos são executados em
uma seqüência e o ato seguinte é executado após o sucesso do anterior; há uma
seqüência de elos encadeados e interdependentes, como uma linha de montagem de
produção em massa.
Tecnologia
mediadora - A tecnologia mediadora permite reunir interesses opostos na busca
de soluções convergentes aos objetivos dos participantes. O banco comercial
liga os depositantes com aqueles de tomam emprestado. A empresa de propaganda
vende tempo ou espaço, ligando os veículos de comunicação aos anunciantes. A
agência de empregos coloca oferta e demanda para negociarem. O funcionamento
dessas ações ocorre dentro de modalidades padronizadas envolvendo os múltiplos
participantes distribuídos no tempo e no espaço, causando um alto nível de complexidade
para conceber, disponibilizar, operar e controlar os atos desenvolvidos sob
essa tecnologia.
Tecnologia
intensiva - A tecnologia intensiva representa uma ampla variedade de
habilidades e especializações sobre um único cliente e requer a aplicação de
parte ou de toda a disponibilidade das aptidões necessárias conforme exigidas
pela situação. O hospital é um exemplo da aplicação dessa tecnologia: uma
internação de emergência pode exigir uma combinação de serviços dietéticos,
radiológicos, de laboratório, em conjunto com diversas especialidades médicas,
terapêuticas, sociais, espirituais.
Tipologia de tecnologias
Produto Concreto
|
Produto
Abstrato
|
|
Tecnologia Fixa
|
•
Poucas possibilidades de mudança;
•
Falta de flexibilidade da tecnologia;
•
Estratégia focada na colocação do produto no mercado;
•
Ênfase na área mercadológica;
•
Receio de ter o produto rejeitado pelo mercado;
•
Ex.: Ramo Automobilístico.
|
•
Flexibilidade da tecnologia para mudanças nos limites da tecnologia;
•
Estratégia para busca de aceitação de novos produtos pelo mercado;
•
Ênfase na área mercadológica (promoção e propaganda);
•
Receio de não obter o apoio ambiental necessário;
•
Ex.: Instituições educacionais
baseadas em conhecimentos altamente especializados, que oferecem cursos
variados.
|
Tecnologia Flexível
|
•
Mudanças nos produtos pela adaptação ou mudança tecnológica;
•
Estratégia focada na inovação e na criação de novos produtos ou serviços;
•
Ênfase na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D);
•
Ex.: Empresas do ramo de plásticos,
de equipamentos eletrônicos.
|
•
Adaptabilidade ao meio ambiente e flexibilidade tecnológica;
•
Estratégia para obtenção de consenso externo (quanto aos novos produtos e
consenso interno (quanto aos novos processos de produção);
•
Ênfase nas áreas de P&D (novos produtos e processos), mercadológica
(consenso dos clientes) e recursos humanos (consenso dos empregados);
•
Ex.: Empresas de propaganda e
relações públicas, de consultoria administrativa, legal, auditoria.
|
Matriz de tecnologia/produto
Todas as organizações
apresentam problemas, pois as contingências impostas por diferentes tecnologias
são importantes para a organização e sua administração.
Uma organização
comprometida com uma tecnologia específica pode perder a chance de produzir
outro produto para outras organizações de tecnologias mais flexíveis, pois a
cada dia a tecnologia fica mais especializada e a flexibilidade da organização
de rapidamente passar de um produto para outro pode decrescer.
Se a empresa já for dotada
de grandes recursos e aplicar-se em um novo campo de atividades ou produtos,
pode usufruir do surgimento de novas tecnologias e assim facilitar tal chance.
Mas, à medida que a tecnologia se torna mais complexa, a empresa passa a Ter
menos controle sobre o processo tecnológico global, e assim ficando dependente
de outras empresas do ambiente de tarefa. Dependência crescente de
especialistas, de treinamento prévio feito por outras organizações que exigem
mais integração e coordenação.
As organizações são de
certa forma, sistema aberto, pois muitas vezes surgem as incertezas do
ambiente, contudo são capazes de se anteciparem se defendendo e se ajustando a
elas.
Podem ser também sistema
fechado, uma vez que este nível opera tecnologicamente com meios racionais. É eficiente,
pois nela as operações seguem uma rotina e procedimentos padronizados,
repetitivos.
A estrutura e o
comportamento de uma organização são contingentes, porque elas enfrentam
constrangimentos ligados as suas tecnologias e ambiente de tarefas.
Não há, no entanto, uma
maneira específica, ou melhor, de organizar e estruturar uma organização. As
contingências por serem diferente em cada organização, há uma variação em suas
estruturas e comportamentos.
Impacto
da tecnologia
O impacto da tecnologia é
muito grande. Em resumo podemos dizer que:
A tecnologia tem a
propriedade de determinar a natureza organizacional e do comportamento
organizacional das empresas;
A racionalidade técnica
virou sinônimo de eficiência;
A tecnologia cria incentivo
para a melhoria da eficácia.
As Organizações e seus níveis
As organizações enfrentam
desafios tanto internos como externos, independente do seu tamanho ou natureza.
Ela se diferencia em três níveis organizacionais:
1) Nível institucional ou
nivel estratégico - É o nível mais alto de uma empresa, composto pelos diretos,
proprietários, acionistas e é onde as decisões são tomadas, onde são traçados
os objetivos à serem alcançados.
2) Nível intermediário ou
mediador - É composto pela média administração de uma empresa e se localiza
entre o Nível Institucional e o Nível Operacional. Seu objetivo é unir
internamente estes dois níveis, gerenciando o comando de ações, ajustando as
decisões tomadas pelos níveis institucionais com o que é realizado pelo nível
operacional. Ao nível Intermediário está a responsabilidade também de
administrar o nível operacional, pois é ele que está frente à frente com as
incertezas do ambiente, intervindo e amortecendo estes impactos afim de não
prejudicar as operações internas dentro do nível.
3) Nível operacional,
técnico ou núcleo técnico - Estão
ligados aos problemas básicos do dia a dia e é onde as tarefas e operações são
realizadas, envolvendo os trabalhos básicos tanto relacionados com a produção
de produtos como de serviços da organização. É um nível que comanda toda a
operação de uma organização e é nele que se localizam máquinas, os
equipamentos, instalações físicas, a linha de montagem, os escritórios, tendo a
responsabilidade de assegurar o funcionamento de um sistema.
Caso
de Uso
Foram utilizadas na
pesquisa empresas do setor supermercadista para análise de caso, destacando as
variáveis ambiente e tecnologia.
Empresa A: O fundador começou como um pequeno
distribuidor em Itajaí (SC) e com o passar do tempo abriu seu próprio mercado,
em meados de 1960. Depois disso, começou sua expansão para outros estados.
Atualmente possui uma rede com 32 supermercados.
Figura1: Organograma
da Empresa.
Fonte:
empresa pesquisada.
Variável Ambiente: O objetivo da empresa, quase que
totalmente, é definido pelo ambiente. A partir de reuniões entre as partes
administrativa e comercial, os resultados desta são levados ao presidente que
definirá o objetivo a ser alcançado. As informações sobre o ambiente são
obtidas através de pesquisas de mercado anuais e terceirizadas, ou antes, de
abrir uma nova loja. São utilizadas técnicas usadas pelos concorrentes. Leva-se
em conta fatores demográficos como aumento e composição etária da população,
onde é verificada a necessidade do consumidor; fatores econômicos como
distribuição de renda e situação econômica da população, onde é observado o
consumo de cada classe de acordo com o poder de compra da mesma; fatores
político-legais como crescimento de grupos de interesse, onde é verificada a
estrutura da loja de acordo com a demanda de cada grupo de interesse; fatores
sócio-culturais como existência de culturas locais e aumento da demanda de
alguns produtos em determinadas épocas do ano.
Variável Tecnologia: A tecnologia exerce grande influência
na organização. A necessidade de melhoria tecnológica é constatada através do
crescimento da empresa em busca de qualidade e agilidade para o consumidor. Quando essa nova tecnologia é
implantada, a empresa oferece treinamento a seus funcionários, conforme a
mesma.
Empresa B: A empresa B é uma organização de
capital inteiramente nacional, teve sua origem na cidade de Maringá (PR) em 12
de abril de 1962. Dispõe atualmente de 26 lojas de Auto-Serviço e 6 Centrais de
Distribuição, com mais de 7000 funcionários.
Figura
2: Organograma da empresa.
Fonte: empresa
pesquisada.
Variável Ambiente: O objetivo é estabelecido por metas,
onde são analisados o mercado no ano anterior e a condição oferecida pela
região. A empresa raramente utiliza técnicas usadas pela concorrência. As
informações sobre o ambiente são obtidas simplesmente pela percepção que eles
possuem através da experiência de vários anos no segmento. Fatores demográficos
como aumento da população exerce grande influência no volume de vendas. Fatores
econômicos como distribuição de renda e situação econômica da população não são
levados em conta, pois a empresa trabalha com produtos de primeira necessidade.
Ela trabalha como uma sociedade organizada que utiliza a legislação para
regularizar os negócios, sendo esse um fator político-legal. Fatores
sócio-culturais como existência de culturas locais são levados em conta.
Variável Tecnologia: Em busca de uma melhora nos serviços,
a empresa percebe a necessidade de implantação de novas tecnologias. Sua
principal fonte sobre atualizações tecnológicas é a imprensa. À medida que
adota novas tecnologias, a empresa disponibiliza treinamentos a seus
funcionários.
Empresa C: Fundado em 1968 na Holanda, suas
atividades iniciaram-se no Brasil em 1972 com a primeira loja na cidade de São
Paulo. O crescimento da empresa C no Brasil foi conservador nos seus primeiros
15 anos, com a abertura média de uma loja ao ano. Após estes 15 anos, a
companhia adotou uma estratégia agressiva de expansão, aumentando o número de
lojas de 11 em 1986 para 21 em 1990. A empresa está presente em 21 estados do
Brasil e no Distrito Federal (DF), com um total de 43 lojas.
Figura3:
Organograma da Empresa.
Fonte:
empresa pesquisada.
Variável Ambiente: Nesta organização, foi constatado que
os objetivos são traçados através de reuniões anuais da diretoria de
planejamento, realizadas seis mês antes das aplicações dos objetivos definidos.
Com aplicação de pesquisas de satisfação interna junto com pesquisas de
clientes, realizadas por uma agência contratada, a organização obtém
informações sobre o ambiente. A empresa considera-se um modelo na aplicação de
técnicas próprias, não utilizando modelos usados pela concorrência. O aumento
da população é considerado pela organização, visto que esta somente se estabelece
em cidades com população acima de que 500 mil habitantes. A distribuição de
renda e a situação econômica da população são fatores preponderantes, tendo em
vista que os clientes alvo são pessoas jurídicas ou legalmente estabelecidas –
pequenos e médios comerciantes. As mudanças nos valores culturais e a cultura
local são elementos relevantes para a organização quando relacionados com a
demanda de produtos.
Variável Tecnologia: A exigência de implantação de novas
tecnologias é percebida através de uma necessidade constatada. Esta percepção é
captada pelo departamento de informática, que nessa organização possui nível
gerencial. A tecnologia implantada é padronizada em todas as lojas e o
treinamento realizado pelo departamento de processamento de dados de cada
filial.
Empresa D: Fundado em 1988, após dois anos migrou
para a categoria Mercearia. Em 1992, com a inauguração do açougue, passou à
categoria de Mini-Mercado e, com a inauguração da padaria, Mercado. Para
ampliar suas atividades, em 2001 associou-se à recém-surgida cooperativa Rede
Brasil Central, quando se tornou supermercado. Atualmente faz parte da Rede
Econômica de Supermercados.
Figura
4: Organograma da empresa.
Fonte: empresa
pesquisada.
Variável Ambiente: Conforme surgem as necessidades, os
objetivos são traçados pela diretoria da empresa. Suas fontes de informação
sobre ambiente são obtidas através conversas com fornecedores, concorrentes,
clientes, além de internet e jornais. A empresa utiliza técnicas usadas pelas
concorrentes somente se essas forem excelentes. No ramo do varejo alimentar, os
fatores demográficos e econômicos, tais como: aumento da população, composição
etária, mercados étnicos, níveis de instrução, distribuição de renda e situação
econômica da população, influenciam a organização principalmente na definição
do mix de loja e na linha de produtos. Fatores sócio-culturais como as
existências de culturas locais são importantes, pois dão a possibilidade de
trabalhar com linhas de produtos diferenciados.
Variável Tecnologia: As necessidades de implementação de
novas tecnologias são percebidas através de demonstração em exposições ou em
concorrentes, além daquelas surgidas do dia-a-dia. Suas principais fontes para
a atualização tecnológicas são os fornecedores de equipamentos, que oferecem
treinamento aos funcionários da empresa, dependendo da complexidade operacional
da nova tecnologia.
Conclusão
Concluiu-se que o ambiente
e a tecnologia são de fundamental importância para a tomada de decisão nessas
organizações supermercadistas e são de extrema relevância para a constituição
de uma empresa competitiva.
Para os varejistas o
crescimento dos grupos de interesse influencia a tomada de decisão. A
existência de culturas locais é considerada um fator importante, visto que,
exibem as preferências dos clientes destas empresas, para traçar metas
organizacionais.
As informações sobre
novidades tecnológicas para a atualização das organizações são obtidas de
maneiras diversas como, por exemplo, serviço de atendimento ao consumidor, exposições,
etc.. Analisadas as variáveis ambiente e tecnologia, as gerências destas
empresas do segmento varejista se reúnem normalmente uma vez ao ano, para
traçar objetivos e metas a serem alcançadas.
Para
cada situação são utilizados critérios diferenciados pois depende da situação
do ambiente.
As
atitudes administrativas deverão ser tomadas de acordo com o momento, já que a
situação é que mostrará qual o procedimento correto a ser adotado para a solução
dos problemas.
Fontes de pesquisa
http://www.dea.ufms.br/
BATEMAN,
T. S. ; SNELL S. A. Administração:
construindo vantagem competitiva.1ª ed. São Paulo: Atlas S/A, 1998.
CHIAVENATO,
Idalberto, Introdução à Teoria Geral da
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São Paulo, Makron Books, 1997.
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David R. Administração Contemporânea.
3ª ed. São Paulo, Makron Books, 1992.
KOTLER,
Philip. Administração de Marketing.
10ª ed. São Paulo, Pearson Education do Brasil Ltda.
RODRIGUES,
Claudia Cimarelli. Reflexões Para
Concepção de Modelos de Gestão.
STONER,
James A. F. Administração. 5ª
ed. Rio de Janeiro, LTC, 1999.
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