Desenvolvimento gerencial, estratégia e competitividade
Joel De Bortoli
Nos deparamos com um mundo
cada vez mais globalizado, principalmente no plano tecnológico, econômico e das
comunicações, que tem ocasionado grandes mudanças na gestão administrativa das
empresas. Estas mudanças repercutam diretamente sobre a importância das pessoas
e no estilo de liderança da organização.
Inicialmente
será apresentado reflexões relacionadas á importância e o papel do
autoconhecimento. Em seguida um estudo sobre a inteligência emocional
relacionada ao estilo de liderança das competências gerenciais dentro das
organizações, buscando a competitividade empresarial. Na sequência será
finalizado com uma conclusão, onde sobrepõe a opinião pessoal sobre os assuntos
abordados neste artigo.
IMPORTÂNCIA
E O PAPEL DO AUTOCONHECIMENTO
É fácil percebermos características
de líder: ágil, bom ouvinte, carismático, comprometido, observador, objetivo, entre
muitas outras. Entre tantas características, como podemos desenvolver qualidades
de liderança em nós mesmos? Como ser um líder? São perguntas que muitos
profissionais vão em busca de respostas.
Por outro lado, muitas filosofias
afirmam que “nossos maiores inimigos, somos nós mesmos”. Que o propósito da
vida não seja simplesmente o crescimento aleatório, mas sim o desenvolvimento,
ou seja, a Evolução. É impossível mudarmos
da noite para o dia, mas enquanto não mudamos, podemos trabalhar para o
desenvolvimento. Mas para que isso seja possível é preciso enxergarmos nossa
própria imagem.
Isso nos faz refletir sobre
à importância de nos conhecermos verdadeiramente, e posteriormente, por em
prática habilidades de liderança. Controle necessário à fluidez das idéias é
uma característica vista com receio por muitas pessoas. Parece paradoxal, mas
como será possível liderar – que é uma forma de controle, se não controlamos
nem a nós mesmos? É resgatada então a importância do autoconhecimento.
FATORES EMOCIONAIS E
CAPACIDADE DE LIDERANÇA
Conforme Gilberto Vitor, a
Inteligência Emocional está relacionada a habilidades tais como motivar a si
mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções
para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas,
ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a
objetivos de interesses comuns.
Daniel Goleman, em seu
livro, mapeia a Inteligência Emocional em cinco áreas de habilidades:
1.
Auto-Conhecimento
Emocional - reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre;
2.
Controle
Emocional - habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os
para a situação;
3.
Auto-Motivação
- dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial para manter-se caminhando
sempre em busca;
4.
Reconhecimento
de emoções em outras pessoas;
5.
Habilidade
em relacionamentos inter-pessoais.
Inteligência
Inter-Pessoal: forma
de entender as pessoas, como elas trabalham, o que as motiva.
Inteligência
Intra-Pessoal: É
a capacidade de formar um modelo verdadeiro e preciso de si mesmo e usá-lo de
forma efetiva e construtiva.
A inteligência emocional depende da capacidade
intelectual, da flexibilidade mental, da determinação, do bom estabelecimento
de objetivos, do equilíbrio emocional e principalmente do interesse que se tem
pelas outras pessoas.
Entender que cada pessoa tem seu próprio modo de ser, de
interpretar os fatos e de armazenar suas experiências de vida. Também que as
pessoas tem gostos, opiniões, ponto de vista diferentes uma das outras e mesmo
assim, podemos perfeitamente, manter um relacionamento produtivo e adequado.
Saber aproveitar
experiências passadas tirando das mesmas, um aprendizado, independente de ter
sido bom ou ruim. Importante também assumirmos a responsabilidade de algo que
não deu certo, possibilitando o crescimento pessoal e investindo em maturidade.
O artigo publicado pela revista HSM
Management GOLEMAN (1998), apresenta as características do líder baseando-se em
resultados de pesquisas realizadas em 188 empresas. Segundo ele a inteligência
emocional tem um peso superior às outras habilidades (técnicas e cognitivas)
como ingredientes para um desempenho excelente, em todos os níveis hierárquicos.
Também entende liderança como a capacidade
de influenciar pessoas, conquistar confiança, sendo visível que habilidades
interpessoais são decisivas para o líder. Um gerente emocionalmente inseguro,
incapaz de reconhecer a origem dos seus sentimentos, não consegue lidar com
ambigüidades, situações de incertezas, sentimentos conflitantes e passar
confiança e segurança para a equipe, restando-lhe apenas a opção de apoiar-se
no cargo que ocupa para exercer seu papel.
IMPACTOS DOS ESTILOS DE
LIDERANÇA
No mundo globalizado onde
as informações ocorrem com extrema agilidade, a exigência do consumidor passou
a ser uma grande oportunidade de negócio para as organizações que conquistarem
seu diferencial na valorização do capital humano. Já que as avançadas
tecnologias estão ao alcance de todos, os produtos e serviços oferecidos já não
despontam mais como referenciais de exclusividade, e quando isso ocorre logo
será aperfeiçoado pelos seus concorrentes.
Conforme Kotter, lideres
precisam desempenhar seu papel organizacional com tamanha habilidade a fim de
encontrar o equilíbrio entre as necessidades da maquina e as satisfações dos
operadores desta. O estilo de liderança aplicado será fundamental para o
crescimento coletivo do ambiente organizacional a vida útil dos gerentes
empresariais findou-se naquela empresa que deseja firmar-se no mercado
competitivo do mundo atual e globalizado “o verdadeiro desafio reside em
combinar uma liderança forte com um forte gerenciamento, usando um para
contrabalançar o outro."
Para Aurélio equipe é:
“conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho”. Já o
trabalho de equipe advém fundamentalmente de um comprometimento geral das
pessoas envolvidas no processo, este sentimento só é alcançado devido a uma liderança
motivadora, que inspire seus subordinados através de atitudes encorajadoras,
isso ocorre quando o líder respeita o individuo como ser produtivo passando a
tê-lo como integrante de suas decisões.
A comunicação no ambiente de
trabalho deve ser clara, consistente, gerando eficácia e produzindo informações
com um mínimo de conflitos entre os envolvidos. Para Northouse “a influência é
a condição sine qua non da liderança. Sem influência, a liderança simplesmente
não existe”. Nas palavras de Yukl (1998, p. 176) “influência significa o efeito
exercido por uma parte (agente) sobre outra (alvo), sendo que este efeito pode
ocorrer sobre pessoas, coisas ou eventos. No caso de ser exercido sobre
pessoas, a influência incide sobre atitudes, percepções, comportamentos ou uma
combinação destes fatores”.
COMPETITIVIDADE
EMPRESARIAL
A competitividade
empresarial pode ser resumida em algumas palavras: talentos pessoais, bom desempenho
funcional, gestão superior dos ativos, produtos de qualidade a preços
compatíveis, equipe disciplinada e foco nos negócios. O que pode ser um sonho
para muitas empresas que acabam desistindo nos primeiros obstáculos.
Para isso um bom líder
deve possuir credibilidade junto aos seus subordinados, colegas, clientes,
superiores e principalmente competência administrativa. Os valores éticos e morais são importantes
para a formação de sustentabilidade da liderança permitindo aos líderes o
progresso. Com isso podemos dizer que credibilidade
não se impõe, mas se conquista diariamente.
Os líderes do futuro serão
conhecidos:
§
Pelo
que realizam;
§
Pela
experiência e competência;
§
Mais
pelo que moldam e menos pelo que controlam;
§
Mais
pela mentalidade que constroem e menos pelas metas que definem;
§
Pela
grande credibilidade pessoal e pela competência administrativa.
Tornar uma empresa
competitiva não é uma tarefa fácil, e poucos estão capacitados. Mas se
analisarmos, podemos entender que trará benefícios ao mercado e ao grupo
gerencial. Porém muitas companhias ainda preferem se acomodar mantendo a empresa
sem obter crescimento devido aos desafios encontrados pelo caminho.
Em um ambiente competitivo,
a busca por melhores posições no mercado de trabalho exige dos profissionais
conhecimentos técnicos e boa desenvoltura, estimulando-os a buscar sempre um
diferencial competitivo.
Isso acontece porque
clientes cada vez mais exigentes forçam as empresas a criar estratégias que
visem proporcionar conforto e qualidade em serviços e produtos.
Dependendo do setor em que
atua, trabalham com estratégia de foco, liderança de custo ou estratégia de
diferenciação. Esta última gera vantagem competitiva.
Através de estratégia de
diferenciação, (por profissionais altamente capacitados) os retornos são mais
compensativos por gerar o esperado, do que se do contrário fosse aplicada a
estratégia de foco ou liderança de custo, contribuindo para uma constante busca
por profissionais com habilidades e competências atualizadas.
Profissionais proativos
que buscam a excelência trabalhando de forma coesa, sendo flexível, deixando
claro para o cliente a dinâmica da organização, conquistando sua confiança. Por
fim, agrega valor para a empresa e para si.
CONCLUSÃO
Para sermos competitivos
no atual mercado de trabalho, temos que avaliar nossa cultura, nosso autoconhecimento
e principalmente entender o ser humano. Já para um líder é fundamental ser
capaz de desenvolver competências humanas, emocionais, sociais, para posteriormente
reconhecer e lidar com os seus sentimentos, motivações, e principalmente para
reconhecer, respeitar e considerar os sentimentos do outros. Em outras palavras
deve ter coragem, humildade, saber o momento de falar, ouvir e liderar.
Em
uma situação especifica pode surgir muitas opiniões, sugestões e até mesmo
conflitos. Neste caso o gestor deve conduzir a situação através de sua
inteligência emocional, trazendo o equilíbrio para a equipe. Porém um
planejamento estratégico bem elaborado minimiza a possibilidade de erros na
gestão dos negócios.
Com isso o líder do amanhã
enfrentará exigências diferentes e desafiadoras do que o líder de hoje. A
competição ficará cada vez mais acirrada, já as organizações permanecem com a
visão de reduzir o quadro de funcionários.
Assim os líderes terão menos sustentação administrativa e o ritmo da
mudança será cada vez mais acelerado.
Também é importante não
guardarmos magoas, pois contribuirá para um campo fértil de doenças físicas,
prejudicando o crescimento pessoal. Assim podemos finalizar com o individuo
como fonte principal a ser trabalhada continuamente, com o objetivo em busca do
aperfeiçoamento e a adequação às mudanças dinâmicas do mundo globalizado. Assim
o homem é compreendido e valorizado como diferencial altamente
competitivo.
REFERÊNCIAS
KOTTER, John P. O que os gerentes gerais eficazes
realmente fazem. Afinal, o que fazem os
líderes: a nova face do poder e da estratégia. Rio de Janeiro: Campus,
2000.
Yukl, G. (1998). Leadership in Organizations (4th ed.). New
Jersey: Prentice Hall.
GOLEMAN, Daniel. Do
que é feito um líder. Harvard Business
Review, nov./dez. 1998, traduzido sob autorização e publicado pela . HSM
Management mai./ jun. 1999.
NORTHOUSE, P. G. Leadership:
theory and practice. London: Sage Publications, 2004.
SCHMIDT, Maria do Carmo.
Desenvolvimento Gerencial: fundamentação teórica divulgada no material
de aula da disciplina de Desenvolvimento Gerencial. Faculdade Internacional de
Curitiba: MBA Administração de Empresas e Marketing, 2010. Disponível no site:
http://ava.grupouninter.com.br. acesso em 16/03/2010.
JUX, Adalto Althaus. Estratégia e Competitividade:
fundamentação teórica divulgada no material de aula da disciplina de Estratégia
e Competitividade. Faculdade Internacional de Curitiba: MBA Administração de
Empresas e Marketing, 2010. Disponível no site: http://ava.grupouninter.com.br.
acesso em 17/03/2010.
Seminário EVOL –
Desafiando Líderes (www.evoltraining.com.br).
VÍTOR, Gilberto. Escola de
Educação Emocional.
Disponível no site: http://www.cdic.com.br/
Disponível no site: http://www.cdic.com.br/
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